Veja porquê e como esse problema pode ser resolvido. O cabelo humano, em grandes concentrações, pode se tornar um grande problema ambiental. É isso o que um estudo acadêmico atesta.
O cabelo humano é considerado um resíduo sólido. Se acumulado em grandes fluxos, pode aumentar o sufocamento de sistemas de drenagem, levando a maior retenção e concentração de água no solo, contribuindo para o problema das inundações, por exemplo, ou agir como malha na retenção de plástico e lixo, agravando os riscos ambientais de poluição e danos.
O cabelo, dependendo das condições e locais, podem demorar muito para se decompor. Marco Aurélio Guimarães, médico e professor de medicina legal da USP, afirmou que já encontrou cadáveres de mais de 40 anos com cabelo.
Por causa dessa sua lenta degradação, e por ser um resíduo abundante, o cabelo permanece nos lixões e aterros por muito tempo, ocupando grandes volumes de espaço.
Com o tempo, o lixiviado (chorume) formado nos aterros aumenta a concentração de nitrogênio nos corpos d’água, causando problemas de eutrofização (crescimento excessivo de plantas aquáticas).
Em países que incineram lixo para resolver o problema do volume dos resíduos, os gases tóxicos liberados na atmosfera por causa da queima de cabelo, ou de lixo emaranhado com cabelo, produz odor desagradável além de a fumaça tóxica ser prejudicial à saúde e ao meio ambiente. Óleos, suor e outros materiais orgânicos que aderem ao cabelo apodrecem com o tempo, e se tornam fonte de mau cheiro e terreno fértil para patógenos, como informa o ambientalista Narendra Karnam.
Mas o que fazer para não contribuir com mais esse tipo de poluição?
A destinação correta é a melhor solução para os fios de cabelo que viram lixo.
Não descarte em ralos ou privadas, em sistemas que levam ao esgoto e, portanto, aos rios e oceanos, ou simplesmente ao vento. É, tem gente que faz isso!
O melhor é o cabelo ser descartado no lixo e torcer para sua cidade manter um local de destinação de resíduos que atenda aos princípios regulatórios ambientais, que usam grandes malhas e mantas de proteção, em substituição aos famosos “lixões” a céu aberto, hoje, proibidos.
Porém, melhor que virar resíduo, eles podem servir, num paradoxo maravilhoso, em material para recuperação ambiental.
É isso mesmo, os fios de cabelo humano podem servir para fazer ‘lianas’ que servem para conter mancha de petróleo em alto mar. Os fios são excelentes absorsores de óleo.
Em 2013, a Tailândia fez uma campanha pedindo doação de cabelo humano justamente para fazer essas lianas para conter um vazamento de petróleo que ocorreu no país.
Uma organização norte-americana, Matter of Trust, recebe restos de cabelo para a fabricação de “tapetes” usados para impedir que o óleo de acidentes marítimos se dissipe pelo oceano.
Na indústria cosméticas, restos de cabelo podem ser usados para fazer pinceis para maquiagem, cílios naturais e até servir de testes para produtos químicos.
Outra ótima opção é doar para produção de perucas, além de ecológico pode servir para fazer o bem. O Instituto Nacional de Câncer, o Inca, é um excelente destino.
Outro exemplo, vem de estudantes da universidade britânica Royal College of Art, Azusa Murakami e Alexander Groves, que desenvolveram uma utilidade inusitada para fios de cabelo, matéria-prima para a confecção de óculos de sol.
O cabelo também pode ser uma alternativa ecológica na fabricação de cimento, um dos maiores emissores de CO2 na atmosfera. Um estudo pesquisou o uso do cabelo humano como resíduo potencial para a indústria da construção, também para reduzir o seu impacto no meio ambiente.
Opções não faltam, o cabelo é mais um problema ambiental mas pode também vir a ser um componente muito versátil.
Pense nisso na próxima vez que for pentear ou cortar os cabelos.
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